PROTEÇÃO CONTRA OS ÍMPIOS
Meus
queridos irmãos e amigos, vamos versar nesta grande oportunidade acerca do
Salmo 5 (cinco). A autoria deste Salmo é atribuída ao Rei Davi, e não há nada
nele que nos leve a duvidar de que não seja deste grande salmista. Segundo
confirma-se a autoria, pois é atribuída a Davi por todos os estudiosos
bíblicos, inclusive por antigos escritores hebreus, pois o conteúdo é o que
poderíamos esperar como verdadeiramente sendo de Davi.
Este
Salmo foi escrito por
volta do ano IX a. C. por Davi, quando provavelmente, tivesse iniciando o seu
reinado e dependia muito de Deus para poder melhor governar Seu povo. Mas não
está especificado no título desse salmo, e não há nada no próprio salmo que
possa nos dizer tal informação. Não pode haver improbabilidade em supor que
houve alguns eventos na vida de Davi, ou que houve algumas circunstâncias
particulares, que sugeriram os pensamentos no salmo, mas todas
essas alusões locais e pessoais são suprimidas, uma vez que não parece tem sido
o objetivo do escritor revelar sentimentos particulares, mas dar expressão a
sentimentos, embora talvez sugeridos por considerações privadas e pessoais, que
podem ser de uso permanente para a igreja universal.
Contudo, encontramos grandes evidências no próprio Salmo de que o autor na época de sua composição estava cercado de inimigos, e que estava em meio do perigo causado pelos planos de homens violentos conforme: “Destruirás aqueles que falam a mentira; o Senhor aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento” (Salmo 5:6). Também se compreende de que clamava a Deus por livramento: “Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos; endireita diante de mim o teu caminho. Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua. Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se rebelaram contra ti” (Salmo 5:8-10).
Na verdade não esta claro quem eram tais
inimigos, no entanto, não
esta especificado, pois
o objetivo era expressar sentimentos que seriam úteis para todos os que poderiam
estar em circunstâncias semelhantes, mostrando quais eram os verdadeiros
sentimentos de piedade e qual era o verdadeiro fundamento de confiança para o
povo de Deus nessas ocasiões; e este objetivo não teria sido promovido por
quaisquer especificações em relação aos inimigos que o cercavam naquele tempo.
O Escritor Caio Flamínio (em
latim: Gaius Flaminius) foi um político da família Flamínia, da República
Romana, cônsul em 187 a.C. famoso por ter sido morto pelas forças de Aníbal na
Batalha do Lago Trasimeno, disse que o salmo foi composto no tempo de Saul. Porém a
maioria dos intérpretes referiu-se ao tempo da rebelião de Absalão. A maioria
dos escritores judeus, de acordo com Kimchi, supõe que se referisse a Doegue e
Aitofel, mas como observa De Wette, visto que eles viveram em épocas
diferentes, não se pode supor que o salmo se referisse a ambos. Consoante a
isso, nesses problemas prolongados e assustadores, não é de forma improvável
que o poeta real expressasse seus sentimentos em mais de uma efusão poética, ou
que alguma nova fase do problema sugerisse algumas novas reflexões e o levasse
novamente a buscar consolo na religião, e para expressar sua confiança em Deus.
O salmo, no que diz respeito ao sentimento, pode ser dividido em quatro partes: 1. Uma fervorosa oração do autor a Deus para ouvi-lo; para atender ao seu clamor e livrá-lo (Salmo 5:1-3). Sua oração pela manhã ele dirigia a ele, e com a luz do dia que voltava ele o admirava. 2. Uma expressão de confiança inabalável em Deus como o protetor e amigo dos justos, e o inimigo de toda a maldade (Salmo 5:4-7). Deus não tinha prazer na maldade; não permitiria que o mal habitasse em sua presença; abominaria tudo o que fosse falso e enganos. Diante desse fato, dessa característica da natureza divina, ele diz que entraria no seu santo templo onde se costumava fazer a oração, com confiança, e adorar com profunda reverência (Salmo 5:7). 3. Oração a Deus, em vista de tudo isso, por sua orientação e proteção em suas perplexidades (Salmo 5:8-10), Davi se sentiu rodeado de perigos e estava perplexo quanto ao verdadeiro caminho de segurança, pois seus inimigos eram poderosos, numerosos e traiçoeiros, quando roga a Deus que se interponha e o liberte deles, inclusive eliminando-os. Ele ora para que caiam em seus próprios planos e para que, como se rebelaram contra Deus, sejam reprimidos e punidos como merecem. 4. Uma exortação baseada nestes pontos de vista, para que todos coloquem sua confiança em Deus (Salmo 5:11-12).
Salmos 5 na íntegra:
1 DÁ ouvidos às minhas palavras, ó Senhor, atende à minha meditação.
2 Atende à voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois a ti orarei.
3 Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei.
4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.
5 Os loucos não pararão à tua vista; odeias a todos os que praticam a maldade.
6 Destruirás aqueles que falam a mentira; o Senhor aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento.
7 Porém eu entrarei em tua casa pela grandeza da tua benignidade; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo.
8 Senhor, guia-me na tua justiça, por causa dos meus inimigos; endireita diante de mim o teu caminho.
9 Porque não há retidão na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.
10 Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se rebelaram contra ti.
11 Porém alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; e em ti se gloriem os que amam o teu nome.
12 Pois tu, Senhor, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo. (Bíblia online).
Mas neste lindo Salmo, o Rei Davi descobriu ser verdade depender de Deus e de como em seus problemas vislumbrou a razão para colocar sua confiança em Deus em todos os momentos, sendo bons ou maus, e não ficou desapontado, pois exortou a todos os outros, em circunstâncias semelhantes a fazerem o mesmo que fez, sempre dependente e submisso ao Criador e Protetor de sua vida.
Boa leitura.