ESTUDO BÍBLICO DE GÊNESIS 28
O esboço de Gênesis 28 pode ser dividido em três
partes:
·
A fuga de Jacó para Padã-Harã
(Gênesis 28:1-9).
·
A visão da escada (Gênesis 28:10-17).
·
Jacó ergue uma coluna em Betel (Gênesis 28:18-22): 18 Então
levantou-se Jacó pela manhã de madrugada, e tomou a pedra que tinha posto por
seu travesseiro, e a pôs por coluna, e derramou azeite em cima dela.19 E chamou o nome daquele lugar
Betel; o nome porém daquela cidade antes era Luz. 20 E Jacó fez um voto, dizendo: Se
Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e
vestes para vestir; 21 E
eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; 22 E esta pedra que tenho posto por
coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.
A fuga de
Jacó para Padã-Harã (Gênesis 28:1-9)
Gênesis 28 começa registrando a
bênção de Isaque a Jacó (Gênesis 28:1-4). Diferentemente da bênção registrada
em Gênesis 27 que tratava
especialmente a questão da sucessão patriarcal, a bênção relatada em Gênesis 28
ligava Jacó diretamente às bênçãos da aliança abraâmica; que compreendia as
promessas de posteridade e possessão da terra.
O conteúdo da bênção deixa isso
claro: “Deus Todo-Poderoso te abençoe, e te faça fecundo, e te
multiplique para que venhas a ser uma multidão de povos; e te dê a bênção de
Abraão, a ti e à tua descendência contigo, para que possuas a terra de tuas
peregrinações, concedida por Deus a Abraão” (Gênesis
28:3,4).
O nome divino empregado por Isaque ao
abençoar Jacó foi El Shaddai, isto é, “Deus Todo-Poderoso”. Esse foi o mesmo nome com o qual o
próprio Deus havia se revelado a Abraão (Gênesis 17:1 - 1 -
Abrão tinha noventa e nove anos. O Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: “Eu sou o
Deus Todo-poderoso. Anda em minha presença e sê íntegro).
Betuel era o avô materno de Jacó. O objetivo era
que Jacó se casasse com uma das filhas de Labão, o irmão de Rebeca (Gênesis
28:2). Além disso, a viagem de Jacó também fazia parte do plano de Rebeca em
protegê-lo da ira de Esaú.
Essa primeira parte de Gênesis 28 termina com uma
tentativa desesperada de Esaú em agradar seus pais e rivalizar de alguma forma
com Jacó. Ele havia entendido que seus pais não se agradavam das mulheres de
Canaã, e que tinham enviado Jacó à casa de seus parentes para conseguir-lhe uma
esposa.
Então Esaú foi buscar uma nova esposa
entre as filhas de Ismael, irmão de Isaque e filho de Abraão.
Mas esse episódio apenas reforçou a falta de discernimento espiritual de Esaú,
pois apesar de Ismael ser filho de Abraão, ele não era o herdeiro da promessa
da aliança do Senhor (cf. Gênesis 17:18-21; 21:12-13).
A visão da
escada (Gênesis 28:10-17)
Durante a jornada de Jacó rumo a Padã-Harã após sair de
Berseba, ele parou num certo lugar para passar a noite. Mais a frente, o texto
bíblico de Gênesis 28 esclarece que aquele lugar era Betel. Esse lugar ficava
cerca de 80 quilômetros ao norte de Berseba, e 10 quilômetros de Jerusalém.
A Bíblia diz que Jacó pegou uma das pedras do lugar
e a usou como seu travesseiro (Gênesis 28:11). A palavra “travesseiro” traduz
um termo hebraico que pode indicar que a pedra não serviu necessariamente para
apoiar a cabeça de Jacó, mas para protegê-la.
Enquanto dormia, Jacó teve um sonho em que ele viu
uma escada cuja base estava posta na terra e seu topo atingia o céu. Os anjos
do Senhor subiam e desciam pela escada. A imagem vista por Jacó provavelmente
era uma grande rampa de pedras com degraus que se estendia até alcançar o céu
(Gênesis 28:12).
O escritor de Gênesis diz que o Senhor estava perto
de Jacó e falou com Ele. A mensagem de Deus para Jacó relembrava as promessas
que Abraão recebeu do Senhor. Deus afirmou a Jacó a sua aliança, garantindo-lhe
sua presença, proteção e benção sobre sua descendência (Gênesis 28:13-15).
Quando Jacó acordou, ele reconheceu que Deus estava naquele lugar e temeu
(Gênesis 28:16,17).
Aquela visão foi um grande encorajamento para Jacó.
Num certo sentido, a visão de Jacó naquele sonho também apontava para Cristo, o
único acesso dos homens a Deus (cf. João 1:51; 1 Timóteo 2:5).
Jacó ergue
uma coluna em Betel (Gênesis 28:18-22)
Como resposta à maravilhosa experiência que havia
tido, Jacó tomou aquela mesma pedra que ele tinha usado durante a noite para se
deitar e a erigiu em coluna. Naquela época, era costume afirmar a importância
religiosa de um lugar através da edificação de uma coluna de pedra.
A intenção de Jacó era exatamente
essa, pois em seguida, sobre o topo da coluna de pedra, ele derramou-lhe azeite
num ato de consagração. Então ele chamou aquele lugar de Betel, que significa “a casa de Deus”.
Na sequência, Jacó fez um voto a Deus; na verdade o voto mais longo
registrado em todo o Antigo Testamento (Gênesis 28:20-22). No voto, basicamente
Jacó prometeu reconhecer o Senhor como seu Deus e dar o dízimo de tudo o que
lhe fosse concedido, caso Deus cumprisse sua promessa.
Por isso a maioria dos estudiosos entende que Jacó
tentou fazer um tipo de barganha com Deus. Na visão, o Senhor já tinha lhe
garantido sua bênção, presença e proteção incondicionais; mas parece que Jacó
queria garantir através de seu voto que Deus realmente cumpriria sua promessa.
Alguns poucos intérpretes preferem
traduzir a expressão “se Deus for comigo” usada por Jacó,
por “já que Deus […]” (Gênesis 28:20). Nesse caso, o voto de
Jacó teria sido uma adoração sincera com base na confiança na promessa do
Senhor; e não uma tentativa de comprar o favor divino.
Mas é mais provável que o voto de
Jacó em Gênesis 28 realmente tenha sido um voto de uma pessoa imatura na fé.
Ele ainda tinha muito a aprender sobre seu relacionamento com o Senhor. Aqui
vale lembrar que somente depois de alguns anos foi que Jacó teve um encontro
com Deus no Vale de Jaboque que transformou sua vida e lhe deu
maturidade espiritual (Gênesis 32:24-28).
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