Sobre Ungidos!

 

NÃO TOCAR NOS UNGIDOS!

Queridos leitores, vamos falar sobre um tema bíblico que é muitas vezes muito mal interpretado pela maioria do cristão e principalmente por lideres. Existe a falsa doutrina de que “não se deve tocar nos ungidos de Deus”. Por isso tem sido muito usado por líderes de seitas religiosas que acham que são cristãos que estão num nível superior para manter pessoas em uma espécie de cabresto onde não podem sequer questionar esses líderes. Mas a verdade não é bem assim, tem muitos que estão auto se consagrando sacerdotes, mas não nunca serão. Acontece que o povo esta seguindo pessoas despreparadas, incautas e manipuladores. Estes usam textos bíblicos se aproveitam do pouco conhecimento de pessoas para enganá-las a seu bel prazer. Esta muito difícil ser líder espiritual com tantas pessoas se autodenominando lideres e auto se consagrando em pastores, bispos, apóstolos entre tantas nomenclaturas.

Vamos analisar essa questão biblicamente e verificar se discordar criticar e até chamar a atenção de um determinado líder é algo condenado pela Bíblia.  Existem na Palavra de Deus esclarecimentos sobre não tocar nos ungidos de Deus. Esse tema é usado frequentemente pelos pastores, apóstolos, bispos para dizer que não podem ser criticados de nenhuma forma. Vejamos o que diz as Escrituras em 1 Crônicas 16:21-22: “A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis, dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”. Nesta passagem, o grande Rei Davi descreve num salmo de ações de graças pela volta da arca da Aliança para o meio do povo de Deus. Os relatos bíblicos narram que a Arca da Aliança (Aróhn Hab·Beríth) havia sido “perdida” desde a época dos juízes quando o povo se desviou do Senhor. O Rei Davi relembra as bênçãos de Deus e das promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó e de como o Senhor os transformou num grande povo. Mas é justamente nesse contexto da história do podo de Israel que o Rei Davi relata a proteção de Elohim a seu povo diante de reis tiranos que queriam os destruir.

Deve-se observar que neste texto citado o Senhor repreende a reis que queriam “tocar” ou fazer mal ao Seu povo e aos Seus profetas. Nesse texto de forma alguma se pode entender como uma repreensão de Deus para qualquer pessoa que critique, ou que discorde ou mesmo que chame a atenção de algum pastor ou servo de Deus por algum motivo. Pois não é exatamente nisso que o Rei Davi quer nos comunicar. O contexto mostra de forma precisa que a intenção do Rei Davi era de demonstrar a proteção do Criador para aquele pequeno povo escolhido que estava se formando e que naquele tempo, era peregrino e protegido Seu. Em resumo, esse é o real significado de não tocar nos ungidos de Deus dentro do contexto bíblico e do tema em tela.

Também nos deparamos com outro texto muito usado para dar base à ideia de que alguns líderes são “ungidos de Deus” e intocáveis com demonstra a Palavra em Números 12:8: “Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés?”. Nesta passagem, Deus esta repreendendo a Arão e Miriam que se colocaram em oposição a Moisés. Pois nesse caso o Profeta Moisés era o instrumento escolhido de Deus para a revelação divina ao povo de Israel. Ele era o porta voz de Deus e não seus irmãos. E como tal, Moisés estava sendo injustiçado por uma oposição injusta e tendenciosa que poderia atrapalhar a obra de Deus realizada no meio de Seu povo. Assim o Senhor Deus fez justiça de uma forma que todos percebessem que o Profeta Moisés era o verdadeiro elo de ligação entre Deus e o Seu povo. Assim, esse acontecimento não dá nenhum embasamento para blindar líderes que estão debaixo da aliança de Cristo, como se não pudessem ser repreendidos em nenhum momento.

Neste prisma, vamos ver exemplos bíblicos de servos repreendidos por Deus por atos incorretos que praticaram. O próprio Rei Davi foi repreendido pelo profeta Natã por ter adulterado com Bate-Seba e ter matado Urias (2 Samuel 12:1-14). O Apóstolo Paulo repreendeu o famoso Apóstolo Pedro diante de um comportamento errado: “Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gálatas 2:14). O Apóstolo Paulo (Rav Shaul) orientou que denúncia contra presbíteros fossem julgadas com muito critério, sempre com depoimento de duas ou três testemunhas, o que indica que homens de Deus também não devem ser acusados de algo sem que haja provas. Mas observe que em havendo pecado notório, o Apóstolo Paulo disse o seguinte: “Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam” (1 Timóteo 5:20). A Palavra ensina que um homem de Deus sábio, mas que está andando errado, aceitará a repreensão para o seu próprio bem: “Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará” (Provérbios 9:8). 

Boa leitura.