OS ATRIBUTOS
DO ETERNO
1. NATUREZA
E ATRIBUTOS DO ETERNO
Natureza
do Criador - o homem
pode elevar-se, por meio de sua inteligência, até o conhecimento da natureza
divina. Para isso, utiliza-se dos efeitos dessa natureza na realidade
universal. Como os efeitos apresentam sempre alguma semelhança com a causa que
os produziu, nosso conhecimento da natureza divina é, sem dúvida, real. Mas
permanece incompleto e imperfeito, uma vez que uma coisa só pode ser conhecida
perfeitamente quando considerada em si mesma. Como o nosso Deus é perfeição absoluta e
infinita e nossa inteligência relativa é limitada, jamais poderemos apreender a
natureza divina na plenitude dos seus atributos.
Atributos
do Eterno - Podemos
distinguir no Eterno três espécies de atributos: atributos entitativos ou metafísicos,
que nos mostram o Eterno como ser e substância absolutos; atributos operativos, que
no-lo revelam como ser espiritual em suas operações ou atos, e atributos
morais, que no-lo manifestam como pessoa moral.
- ATRIBUTOS ENTITATIVOS:
- Simplicidade - Yahweh não é composto de partes, pois toda composição implica imperfeição. O composto depende, necessariamente, dos elementos que o constituem. O nosso Deus é, portanto, perfeitamente simples.
- Infinidade - O Eterno é infinito, isto é,
sem limite em seu ser, pois é o ser por si, o ser que existe por sua
própria essência. Nada existe além e acima dEle, que de nada depende e
ao qual tudo está subordinado.
- Unicidade - Sendo infinitamente
simples, Yahweh é infinitamente uno e indivisível. Mas é também
absolutamente único. Supor dois ou mais deuses igualmente perfeitos, seria
absurdo. Dois deuses seriam idênticos e então se confundiriam, ou seriam
diferentes e então não poderiam ser ambos infinitamente perfeitos.
- Imensidade - Sendo infinito, o Eterno não
pode ser circunscrito ou limitado por qualquer coisa. A imensidade é a
perfeição infinita pela qual Elohin, sem ser extenso, ou ocupar algum
espaço, porque é absolutamente simples, o enche integralmente com a sua
presença e onipotência.
- Imutabilidade - Toda mudança constitui um
progresso ou uma decadência. Só mudam e se transformam os seres
imperfeitos. Sendo necessariamente perfeito, o nosso Deus é imutável, isto é,
permanece idêntico a si mesmo, sem nenhuma mudança ou variação.
- Eternidade - Sendo necessário e
infinito, o Eterno não tem começo nem fim. Só possuem duração limitada os
seres imperfeitos. O nosso Deus, sendo infinitamente perfeito, é eterno. Não tem
passado, futuro, nem presente.
- ATIBUTOS OPERATIVOS:
- Inteligência -Sendo tudo, no Eterno,
infinito, sua inteligência e sua ciência são também infinitas. Para saber,
Ele não precisa raciocinar. Tudo vê e conhece por intuição direta e
imediata.
- Vontade - A vontade divina não possui
limites e é livre de todo obstáculo. Para o Divino basta querer para fazer. Age
com absoluta independência e sem contradição. O Eterno é o Deus é onipotente.
- ATRIBUTOS MORAIS:
- Sabedoria - A inteligência infinitamente
perfeita do Criador gera a sabedoria absoluta que O faz empregar os meios
mais eficazes para os fins mais dignos. Ele Tudo governa com
inteligência, segurança e ordem.
- Bondade - O Eterno Deus é amor infinito e
perfeito. Ama as coisas segundo seu valor e na proporção do seu mérito.
Sendo o Bem supremo, ama a si mesmo e a todos os seres criados, na medida
em que participam da sua infinita perfeição, isto é, que imitam sua
essência divina.
- Justiça - Sendo em grau infinito,
inteligente, sábio e bom, o Deus Eterno é justo. Possuindo santidade absoluta que é
ordem do amor, Ele age com justiça infinitamente perfeita. Por isso, pune
o mal e recompensa o bem.
- O dualismo, que permite a coexistência
de dois princípios, um de perfeição e outro de imperfeição, ambos eternos
e necessários, concorrendo ambos para a formação do mundo;
- O panteísmo, que afirma a identidade
substancial do Eterno Deus e do mundo;
- O antropomorfismo, que humaniza o Eterno ou
diviniza o homem.
2.
RELAÇÕES DE DEUS COM O MUNDO
Deus e
o mundo.- Na
explicação das relações de Deus com o mundo, cumpre-nos evitar os seguintes
erros:
O dualismo é a negação da natureza divina; o panteísmo é
contrário à experiência e à realidade moral; o antropomorfismo é absurdo
dada a contingência e imperfeição do homem.
Criação e providência.- As relações entre o Eterno Deus e o mundo são explicadas de maneira racional
pela doutrina da criação e da providência. Segundo a concepção
criacionista, o Eterno Deus, pelo seu poder e bondade infinitos, tirou o mundo do nada,
isto é, sem perda da sua substância, deu existência ao mundo. Segundo a
concepção providencialista, Elohim não abandonou o mundo depois de criá-lo.
Continua, ao contrário, a influir, a todo momento, sobre o mundo, com sabedoria
e amor, para conservar e dirigir no sentido dos fins estabelecidos pela ordem
da criação.
Imanência e transcendência.- O estudo da natureza do Deus Eterno e das suas relações com o universo nos
mostra que Ele é imanente e transcendente ao mundo. Isto significa que o Eterno Deus está unido ao mundo que criou, mas dele se distingue como realidade
independente. Sendo a causa primeira de tudo o que existe, o Eterno Deus é imanente pela
sua presença contínua e atuante, pois os seres existem e subsistem pela influência
constante do seu poder criador e providencial. Essa imanência não deve
ser entendida como identificação com o mundo, o que seria incidir no
erro panteísta.
A imanência ou presença divina não exclui a transcendência, isto é, a absoluta
independência do Eterno Deus do universo e o seu absoluto domínio sobre todas as
coisas. O exame da natureza e atributos divinos que acabamos de realizar nos
leva à conclusão de que o Criador, sendo um Ser infinito, substancial mente distinto
do universo que criou, conserva e dirige, é um Ser pessoal, isto é, dotado de
uma personalidade autônoma, inteligente e livre.
3. OS NOMES DO ETERNO
Quais são os diferentes nomes do Eterno e quais são os seus significados. Conhecemos Deus como sendo Deus, mas quais são os seus nomes e quais são os seus significados. Cada um dos muitos nomes de Deus descreve um aspecto diferente do seu caráter multifacetado. Aqui estão alguns dos nomes mais conhecidos de Deus na Bíblia:
EL, ELOAH: Deus "poderoso, forte, proeminente" (Gênesis 7:1, Isaías 9:6) - etimologicamente, El parece significar "poder", como em "Tenho o poder para prejudicá-los" (Gênesis 31:29). El é associado com outras qualidades, tais como integridade (Números 23:19), zelo (Deuteronômio 5:9) e compaixão (Neemias 9:31), mas a raiz original de ‘poder’ continua.
ELOHIM: Deus "Criador, Poderoso e Forte" (Gênesis 17:7; Jeremias 31:33) - a forma plural de Eloah, a qual acomoda a doutrina da Trindade. Da primeira frase da Bíblia, a natureza superlativa do poder de Deus é evidente quando Deus (Elohim) fala para que o mundo exista (Gênesis 1:1).
EL SHADDAI: "Deus Todo-Poderoso", "O Poderoso de Jacó" (Gênesis 49:24; Salmo 132:2,5) - fala do poder supremo de Deus sobre todos.
ADONAI: "Senhor" (Gênesis 15:2; Juízes 6:15) - usado no lugar de YHWH, o qual os judeus achavam ser sagrado demais para ser pronunciado por homens pecadores. No Antigo Testamento, YHWH é mais utilizado em tratamentos de Deus com o Seu povo, enquanto que Adonai é mais utilizado quando Ele lida com os gentios.
YHWH / YAHWEH / JEOVÁ: "SENHOR" (Deuteronômio 6:4, Daniel 9:14) - a rigor, o único nome próprio para Deus. Traduzido nas bíblias em português como "SENHOR" (com letras maiúsculas) para distingui-lo de Adonai, "Senhor". A revelação do nome é primeiramente dada a Moisés "Eu sou quem eu sou" (Êxodo 3:14). Este nome especifica um imediatismo, uma presença. Yahweh está presente, acessível, perto dos que o invocam por livramento (Salmo 107:13), perdão (Salmo 25:11) e orientação (Salmo 31:3).
JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" (Gênesis 22:14) - o nome utilizado por Abraão quando Deus proveu o carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque.
JEOVÁ-RAFA: "O Senhor que sara" (Êxodo 15:26) - "Eu sou o Senhor que te sara", tanto em corpo e alma. No corpo, através da preservação e da cura de doenças, e na alma, pelo perdão de iniquidades.
JEOVÁ-NISSI: "O Senhor é minha bandeira" (Êxodo 17:15), onde por bandeira entende-se um lugar de reunião antes de uma batalha. Esse nome comemora a vitória sobre os amalequitas no deserto em Êxodo 17.
JEOVÁ-MAKADESH: "O Senhor que santifica, torna santo" (Levítico 20:8, Ezequiel 37:28) - Deus deixa claro que apenas Ele, e não a lei, pode purificar o Seu povo e fazê-los santos.
JEOVÁ-SHALOM:"O Senhor nossa paz" (Juízes 6:24) - o nome dado por Gideão ao altar que ele construiu após o Anjo do Senhor ter-lhe assegurado de que não morreria como achava que morreria depois de vê-lO.
JEOVÁ-ELOIM: "Senhor Deus" (Gênesis 2:4, Salmo 59:5) - uma combinação do singular nome YHWH e o nome genérico "Senhor", significando que Ele é o Senhor dos senhores.
JEOVÁ-TSIDIKENU: "O Senhor nossa justiça" (Jeremias 33:16) - Tal como acontece com Jeová-Makadesh, só Deus proporciona a justiça para o homem, em última instância, na pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo, o qual tornou-se pecado por nós "para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21).
JEOVÁ-ROHI: "O Senhor nosso Pastor" (Salmo 23:1) - Depois de Davi ponderar sobre seu relacionamento como um pastor de ovelhas, ele percebeu que era exatamente a mesma relação de Deus com ele, e assim declara: "Yahweh-Rohi é o meu Pastor. Nada me faltará" (Salmo 23:1).
JEOVÁ-SHAMMAH: "O Senhor está ali" (Ezequiel 48:35) - o nome atribuído a Jerusalém e ao templo lá, indicando que o outrora partida glória do Senhor (Ezequiel 8-11) havia retornado (Ezequiel 44:1-4).
JEOVÁ-SABAOTH: "O Senhor dos Exércitos" (Isaías 1:24, Salmos 46:7) - Exércitos significa "hordas", tanto dos anjos quanto dos homens. Ele é o Senhor dos exércitos dos céus e dos habitantes da terra, dos judeus e gentios, dos ricos e pobres, mestres e escravos. O nome expressa a majestade, poder e autoridade de Deus e mostra que Ele é capaz de realizar o que determina a fazer.
EL ELIOM: "Altíssimo" (Deuteronômio 26:19) - derivado da raiz hebraica para "subir" ou "ascender", então a implicação refere-se a algo que é muito alto. El Elyon denota a exaltação e fala de um direito absoluto ao senhorio.
EL ROI: "Deus que vê" (Gênesis 16:13) - o nome atribuído a Deus por Agar, sozinha e desesperada no deserto depois de ter sido expulsa por Sara (Gênesis 16:1-14). Quando Agar encontrou o Anjo do Senhor, ela percebeu que tinha visto o próprio Deus numa teofania. Ela também percebeu que El Roi a viu em sua angústia e testemunhou ser um Deus que vive e vê tudo.
EL-OLAM: "Deus eterno" (Salmo 90:1-3) - A natureza de Deus não tem princípio, fim e nem quaisquer limitações de tempo. Deus contém dentro de Si mesmo a causa do próprio tempo. "De eternidade a eternidade, tu és Deus."
EL-GIBOR: "Deus Poderoso" (Isaías 9:6) - o nome que descreve o Messias, Jesus Cristo, nesta porção profética de Isaías. Como um guerreiro forte e poderoso, o Messias, o Deus Forte, vai realizar a destruição dos inimigos de Deus e governar com cetro de ferro (Apocalipse 19:15).
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