A PERSEGUIÇÃO AOS CRISTÃOS!
Caros leitores, vamos falar de um período difícil nos primórdios do cristianismo,
ocorrido antes da instituição das religiões, onde o poder político religioso
dominava e buscava tratar a seus próprios interesses. No decorrer das
atividades do imperador Diocleciano, para ele os cristãos representavam um
perigo para a unidade e demais interesses do império. Mas procurando reabilitar
as antigas tradições religiosas, o imperador proibiu o culto cristão, mandando
destruir as igrejas e perseguir aos que desobedeciam a seus éditos. Mas foi no
dia 23 de fevereiro do ano 303, que o imperador Diocleciano tomou a primeira
medida drástica que viria a ser a fase derradeira da perseguição, a mais severa
aos cristãos no Império Romano, quando ordenou a destruição da igreja de
Nicomédia (atual Izmit, na Turquia), dos todos os objetos de culto, das
escrituras cristãs e determinou o confisco dos bens dos bens da igreja. Aparentemente,
a data foi escolhida por ser o dia dedicado ao deus romano Terminus, o deus das
fronteiras, assinalando deste modo uma fronteira, uma nova etapa, o que marcou
a perseguição cruel e covarde. Também no dia seguinte, emitiu um édito que
ordenava a proibição dos cultos cristãos e a completa destruição de todas as
igrejas, dos objetos e documentos usados nas cerimônias realizadas pela cristandade.
O Apóstolo Paulo (Rav Shaul), afirma nas Escrituras Sagradas sobre a
perseguição que haveria de vir sobre os cristãos e adverte o povo de Deus conforme
cita na Carta aos Romanos em 8,35-37: “Quem
nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição,
ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: "Por amor de
ti enfrentamos a morte todos os dias; somos considerados como ovelhas destinadas
ao matadouro". Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por
meio daquele que nos amou”.
Mas Quanto tempo durou e que
impacto teve? A história relata que ao longo dos meses seguintes foram
emitidos vários éditos que completavam o sentido do primeiro, determinando prisões
de bispos e sacerdotes, confiscos de bens e a obrigação dos crentes fazerem
sacrifícios aos deuses do panteão romano, sob pena de prisão ou morte. Mas o
efeito destes éditos, que supostamente deveriam abarcar todo o Império, teve
impactos diferentes nas diversas províncias existentes, porque a aplicação dos
éditos e o seu maior ou menor rigor ficavam ao critério das autoridades e dos
juízes de cada uma das regiões. Também houve perseguições, prisões e
condenações à morte, sobretudo nas províncias orientais do Império, com punho
de ferro e feroz perseguição. Na Gália e na Bretanha a sua aplicação parece ter
sido muito mais suave, devido às lideranças locais não verem os cristãos com os
mesmos olhos do imperador. A Palavra de Deus Diaz o seguinte sobre as
perseguições que os Cristãos haveria, de sofrer: “Lembrem-se dos
que estão na prisão, como se aprisionados com eles; dos que estão sendo
maltratados, como se vocês mesmos estivessem sendo maltratados” (Hebreus 13,3).
Esses acontecimentos também estavam relacionados com o fato de que o
Império Romano estava dividido em quatro grandes porções e o poder imperial
estar repartido e não concentrado nas mãos de um único imperador, assim cada um
tinha sua própria interpretação do que estava acontecendo na sua área de ação. Mas
a perseguição aos cristãos durou pouco tempo e com a abdicação de Diocleciano, no
ano 305, as perseguições foram suspensas e terminaram oficialmente em 311,
quando enfim os cristãos tiveram um refrigério nas suas almas.
Mas quais foram os motivos para as perseguições religiosas acontecerem durante o Império Romano? No começo, o cristianismo era apenas uma entre muitas outras religiões que existiam no império, mas à medida que se espalhou e deixou de ser uma religião de classes baixas, passando a constituir uma ameaça à paz social e mais tarde ao próprio poder imperial, isso despertou a ira do imperador. A história diz que os cristãos se recusavam a participar das celebrações coletivas e não prestavam culto aos deuses de romanos, como também não prestavam culto ao imperador, assim foram encarados com suspeita e hostilidade pela generalidade dos cidadãos romanos religiosos. O simples fato de conhecerem a verdade das Escrituras, os cristãos se submetiam apenas ao Deus Verdadeiro conforme relatos bíblicos: “No primeiro, o Senhor ordenou: “Não terás outros Deuses diante de mim” (Êxodo 20:3)”. Séculos depois, quando perguntaram a Jesus: “Qual é o grande mandamento na lei”? “Ele respondeu: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mateus 22:36–37).
A história diz que as perseguições do reinado de Diocleciano prendem-se com as tentativas levadas a cabo pelo imperador para restaurar a unidade do império e reabilitar as antigas tradições religiosas, que os cristãos se recusavam a acatar. Não era somente um problema religioso, mas sim político. Mas os imperadores romanos acabaram por compreender que combater os cristãos era muito mais perigoso do que aceitá-los, o que veio a ser reconhecido pelo imperador Constantino no ano 313, com édito de reconhecimento da necessidade de organizar o podo através da religião.
Boa leitura.