A DOR DO LUTO
Meus queridos irmãos, amigos e leitores desta
coluna, queremos nesta oportunidade falar de algo inusitado, mas tão presente
em nossas vidas do que a dor do luto. Inevitavelmente, a morte faz parte das
nossas vidas. Todos pelo fato de sermos pecadores, passaremos pela triste
experiência de sepultarmos os nossos queridos familiares. A veracidade da morte
chegará para todos, querendo ou não. Mas será que é possível que estejamos
preparados para esse momento tão dolorido da separação? Como agiremos diante de
uma tragédia causada pela morte? Pois não poderemos falar aos que estão de
luto: “Não chores! Não é direito chorar.” Com certeza estas palavras pouca
consolação trarão ao enlutado. Sabemos que não há pecado em chorar. O
nosso Senhor Jesus chorou junto ao sepulcro de Seu amigo Lázaro.
A Bíblia nos trás a mensagem que o grande Rei Salomão descreveu: “É melhor ir a uma casa onde há luto do que a uma casa em festa, pois a
morte é o destino de todos; os vivos devem levar isso a sério!” (Eclesiastes
7:2). Também aprendemos que entre o povo judeu o período de luto era de sete
dias: “Chegando à eira de Atade, perto do Jordão, lamentaram-se
em alta voz, com grande amargura; e ali José guardou sete dias de pranto pela
morte do seu pai” (Gênesis
50:10).
Sabemos que a morte de um familiar é uma das dores
emocionais mais fortes que podemos sentir. Pois quando perdemos alguém muito
importante, a nossa resposta é a dor e o sofrimento. Como e difícil nos
desfazermos de uma realidade que não voltara mais. O sofrimento nestas ocasiões
é, então, algo natural e até mesmo saudável, porque é a forma de expressarmos
aquilo que estamos sentindo, dor, tristeza e saudades. Pois o impacto provocado sobre o indivíduo ou
família devido à morte de um ente querido é um dos acontecimentos mais
estressantes da vida, que gera profundo efeito emocional, pois cria uma crise
interna tão grande, que todo o sistema se desorganiza e se desestrutura, causando
traumas de dor e do sofrimento.
Todos os membros da família irão reagir de forma
diferente, tais diferenças deverão ser respeitadas, pois nem sempre segue uma
ordem cronológica, mas aparece e some a partir do estado de choque ou
estupor (primeira etapa), para um estado de desconhecimento, desespero,
ações automáticas, incapacidade de aceitar a realidade e negação do fato.
Acontece também um estado de raiva ou de agressividade, por sentir-se culpado
por estar vivo, e acusa-se a si mesmo: se eu estivesse lá; se tivesse
feito isso ou aquilo, (segunda etapa) com sentimento de injustiça, desamparo e
confusão. Depois vem o estado da desorganização ou de desesperança (terceira
etapa), e então começamos
a tomar consciência de que nosso ente querido não mais estará entre nós, e
assim ocorre a tristeza apática, nostalgia, desinteresse ou até mesmo uma
tendência ao abandono, até a instrumentação de certos mecanismos de
autocontrole que permitem à pessoa superar o fato que lhe causou tanta
dor (quarta etapa).
Mas depois de passar por todas essas sensações de
dor, a vida voltará a ser a mesma, pois a perda de um ente querido deixa um
vazio e nada vai preencher. Toda essa gama de emoções e de sentimentos que
ocorre nesse processo é normal e previsível. Pois a aflição e a dor são
intensas. Pois essa dor pode ser expressa de forma física como: chorar, sentir
dor no peito, transtornos intestinais, perda do apetite, problemas com o sono,
etc.; e de forma emocional e psicológica: tristeza, ataques de ansiedade,
fadiga crônica, depressão, pensamentos suicidas, etc., porém sabemos que não é
fácil seguir adiante depois da morte de um ente querido. Mas também sabemos que
a dor diminuirá com o tempo e terá que ser aceito como um processo natural. É
importante não esconder as emoções e não negar a realidade.
Sabemos que para concluir o processo de cura
deve-se passar por todas as etapas já mencionadas. Mas poderá haver dias
melhores ou piores e, às vezes, o sentimento que se imaginava estar superado
volta a se manifestar.
Para finalizar, eu como tantos outros, já perdemos
alguns entes queridos, como pais, amigos, mas quero aqui externar a minha dor
de ter perdido meu irmão NELSON CAROLO DE ANUNCIAÇAO, no dia 20 de maio do
fluente ano, na cidade de Cruz Alta, sabendo que a dor e algo a ser superado por
todos nos da família. Boa leitura a todos!