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domingo, 2 de abril de 2023

Judaísmo Perseguido!

PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS – 31/03/1492 

Senhores leitores, vamos falar sobre a perseguição ao povo judeu no século 14. Os Infames Reis Católicos e a Fatídica Expulsão dos Judeus da Espanha. Foi exatamente no dia 31 de março de 1492 com o Decreto de Alhambra, o “Edito de Expulsão dos Judeus de Sefarad”, assinado conjuntamente pelos monarcas católicos, Isabella I de Castela e Fernando II de Aragão, ordenando a expulsão de judeus dos Reinos de Castela e Aragão, bem como de seus territórios e possessões a ser executado até 31 de julho de 1492. Nunca houve mulher mais poderosa que Isabel de Castela, a católica, e poucas tão autocráticas e implacáveis. Isabel acreditava que seus atos derivavam de inspiração divina. Nesse espírito, planejou reconquistar a Europa e a Terra Santa dos mouros. Isabel não tinha nenhum escrúpulo em empregar a violência, sentindo a mão de Deus por trás de cada golpe desfechado em seu nome. Ninguém em santa consciência poderia pensar que isso era a vontade de Deus. Seu marido, Fernando II era também raivosamente contra os judeus.

Assim, com um golpe de caneta, os monarcas católicos, instigados pelo clero ardorosamente antijudaico, puseram fim à maior comunidade judaica, a mais ilustrada e sábia do mundo de então. Na verdade, a alegada razão para o decreto ser assinado em 31 de março de 1492 era livrar o mundo cristão da influência do povo judeu e a instalação dos tribunais da inquisição. O judaísmo de Sefarad foi sem nenhum precedente o mais importante da história judaica e se encontra emoldurado até a presente data em centenas de textos que a retratam essa época histórica. Muitos, como o rabino Moses de Leon, redator do Zohar, e o famoso Don Isaac Abravanel, afirmaram que os judeus de Sefarad eram descendentes diretos das famílias nobres de Jerusalém desde a época da destruição do Primeiro Templo.

Mas, desde o Concílio de Latrão, em 1215, a Igreja passa a exigir dos governantes ações mais severas em relação à população judaica. No entanto, por muito tempo, as mesmas não foram acatadas pelos reis cristãos da Península Ibérica ainda dividida entre vários reinos autônomos. A atitude benevolente dos monarcas com os judeus era guiada por interesses próprios. Em Castela e Aragão, por exemplo, o benefício que os reis obtinham através dos exorbitantes impostos pagos pelos judeus superavam qualquer inclinação, decorrente de convicções próprias ou pressões da Igreja ou do povo, de tomarem medidas mais drásticas. Porém, quaisquer que fossem as atitudes da Coroa, entre as massas os sentimentos antijudaicos eram cada vez mais fortes. Ataques verbais e físicos contra judeus se repetiam, também, com frequência muito maior. Já estava impregnada no imaginário popular a figura do judeu como um ser maligno – a “encarnação do diabo”, ou, no mínimo, seus parceiros no mal, que “visavam a ruína” do Cristianismo. Para as massas, o judeu era o culpado por todo infortúnio e desastre.

Os pogroms espalharam-se rapidamente de uma cidade a outra, nos reinos de Aragão e Catalunha e nas Ilhas Baleares. Massas ensandecidas impulsionadas por um grande fervor religioso avançavam sobre os bairros judaicos obrigando os judeus a optar entre a cruz e a morte. Milhares escolheram a morte, mas tantos outros aceitaram batismo, sendo poupados, sem exceção. Famosas comunidades judaicas foram destruídas, como a de Gerona, sinagogas foram tomadas e transformadas em igrejas.

Os constantes relatórios sobre as alegadas atividades judaizantes realizadas por conversos alarmavam os Reis, principalmente Isabel. E, uma vez consolidada sua posição política, os Reis Católicos decidiram agir para resolver a questão dos conversos, de acordo com as diretrizes propostas pelos mais extremos fanáticos católicos: extirpar a “heresia” dos conversos e tomar severas medidas contra os judeus para impedi-los de influenciar a população cristã.

Já em 1477, Isabel e Fernando foram convencidos a estabelecer a Inquisição em suas terras. A Inquisição tomou nova dimensão quando Torquemada foi nomeado Inquisidor Geral. Sob Torquemada, o trabalho da Inquisição prosseguiu com renovada e diabólica energia. Na década seguinte, a Inquisição se ramificou, cobrindo quase todo o país em fins do século. Talvez uns 30 mil conversos tenham sido queimados vivos em todo o reino. Milhares de pessoas ficaram aleijadas ou enlouqueceram por causas das torturas, arruinadas porque seus bens haviam sido confiscados. Para conseguir seu objetivo final a Inquisição foi em frente em um crescendo de histeria, paranoia e terror.

Enfim, em 31 de Março de 1492, foi assinado o Édito da Expulsão e foi promulgado. A razão dada no documento para a expulsão foi evitar que os judeus infligissem mais injúrias à religião cristã. Com a expulsão, os judeus de Sefarad criaram, ou pelo menos reforçaram muitas das grandes comunidades históricas judaicas, seja em Israel, no norte da África, no norte da Europa, no Oriente Médio, nos Bálcãs e em outras partes do Império Otomano, mais notavelmente na Turquia de hoje. Grande parte fugiu para Portugal, onde centenas, de milhares foram convertidas à força, cinco anos depois, Dom Manuel o “Venturoso” assina em 1497 o Édito de Expulsão de Portugal, criando assim uma população ainda maior de Cristãos Novos, Bnei Anussim.

A História dos judeus na Península Ibérica chegara ao fim. Uma comunidade judaica famosa, tanto por sua sabedoria e conhecimentos quanto por sua importância econômica e política foi abrupta e cruelmente desarraigada. Hoje, exatamente hoje, devemos homenagear os judeus perdidos nas torturas, nas queimadas e nas conversões. Embora muitos comemorem a data da expulsão física em Tisha B’Av, porque caiu naquele dia no calendário judaico, é apenas um dos muitos eventos que lembramos solenemente em nosso dia nacional de luto. No entanto, 31 de março deve ser lembrado adequadamente como o dia da infâmia, talvez incomparável em seu efeito psicológico sobre os judeus do mundo como nenhum outro evento dessa magnitude. Transcrição de Mendy Tal, Cientista Político e Ativista comunitário.

No dia 29 de Abril de 2023, com início às 19 horas, Primeiro Congresso da CIBE-RS Regional Noroeste AD Madureira, no Centro Cultural de Palmeira das Missões. Toda a região e a comunidade esta convidada. Esperamos por vocês!

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