Irmãos em Cristo Jesus, vamos analisar, segundo os textos e contextos bíblicos, o papel das mulheres que é frequentemente discutido, especialmente em relação ao seu envolvimento na liderança religiosa, com relação ao ministério pastoral feminino.
o Ministério Pastoral, contudo seja mais comum encontrar homens no papel de pastores, segundo as Escrituras, existem algumas mulheres notáveis que também desempenharam este lindo ministério pastoral.
Nesta matéria analisaremos algumas dessas mulheres pastoras mencionadas nos textos bíblicos, o que nos dará uma melhor compreensão do ministério feminino, a fim de que possamos analisar a luz das Escrituras, quanto a uma discussão teológica religiosa quando a esse ministério tão defendido por homem e também contestados pelas próprias mulheres.
1. MIRIAN, da Tribo da Levi, irmã de ARÃO e de MOISÉS (AT).
MIRIAM é uma das personalidades mais conhecidas das Escrituras, especialmente como a irmã de MOISÉS e de Arão. As Escrituras afirmam que MIRIAM foi uma líder e profetisa do povo hebreu durante o Êxodo do Egito. Conforme relata o Livro de Êxodo, no capítulo 15:20-21, MIRIAM é descrita como uma cantora e dançarina, que liderou as outras mulheres nas celebrações de adoração a Deus, tendo um papel como líder espiritual, o que a tornou uma das primeiras pastoras mencionadas na Bíblia.
Passagem bíblica do feito de MIRIAN: "Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a seguiram, tocando tamborins e dançando. E Miriã lhes respondia, cantando: "Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro"" (Êxodo 15:20-21).
O nome MARIA e MIRIAM não vem diretamente do hebraico מרים (MIRIAM). Quando o nome é trazido diretamente do hebraico para o português, temos o nome "MIRIÃ", a tão famosa irmã de MOISÉS. Como o Novo Testamento foi escrito em grego, primeiro מרים (MIRIAM) foi elenizado, tornando-se Μαρια (MARIA). Só então a forma grega Μαρια (MARIA) é aportuguesada para "MARIA". Podemos concluir então, que tanto MIRIÃ, a irmã de MOISÉS, e MARIA, a mãe de JESUS, possuíam o mesmo nome: מרים (MIRIAM), segundo as escritas hebraica.
A palavra hebraica para pastor é "Ra'ah", que significa apascentar, cuidar, alimentar, dar pasto. A palavra pastor vem do latim pastor,oris, que significa guia de rebanhos no pasto.2. DÉBORA, Profetiza e Juíza (AT).
DÉBORA foi uma juíza e profetisa do DEUS (ELOHIM) dos israelitas, que liderou o povo contra o domínio de Canaã. Passagem biblica: "4 E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. 5 Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo. 6 E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; 7 E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão. 8 Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei. 9 E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes" (Juizes 4,4-9).
DÉBORA é a única mulher citada nas escrituras com o título de juíza em Israel, mencionada no Livro de Juízes. Além de sua função de juíza, Debora também era uma conselheira e "líder" espiritual para o povo de Israel.
Segundo as Escrituras Sagradas, DÉBORA costumava se sentar debaixo de uma palmeira chamada “Palmeira de Debora”, onde as pessoas buscavam as suas orientações e aconselhamentos, conforme conta no Livro de Juízes 4:4-5. Com essa posição de liderança, a coloca no papel de uma pastora nas Escrituras Sagradas.
O nome DÉBORA, em hebraico, é דְּבוֹרָה (Dəḇōrā) e significa "abelha", que tem também a escrita DEBORAH.
3. RAQUEL, filha de LABÃO (AT).
RAQUEL foi pastora de ovelhas, como é descrito na Bíblia, de acordo com o Livro de Gênesis 29,9: "Estando ele ainda falando com eles, veio Raquel com as ovelhas de seu pai; porque ela era pastora". As Escrituram relatam que RAQUEL era filha de LABÃO, irmão de REBECA, mãe de JACÓ, uma família rica de agropecuários, criadores de ovelhas, tendo parentesco com JACÓ, sendo primos. RAQUEL dividia as tarefas domésticas com sua irmã, LÉA (LIA), que também desempenhava as mesmas funções domésticas.
No Livro de Gênesis, capítulo 9,1-9, RAQUEL aparece com as ovelhas ou carneiros de seu pai LABÃO, momento em que JACÓ conversava com outras pessoas que também pastoreavam ovelhas naquela região. Quando RAQUEL se aproximou, JACÓ ao vê-la, removeu a pedra da boca do poço e deu água ao rebanho de LABÃO, cuidados pela pastora RAQUEL.
As Escrituras relatam que o costume de seu povo era de trabalhar no pastoreio de carneiros, o que fazia com que RAQUEL trabalhasse na função de pastora, conforme o relatado no Livro de Génesis 29:9. O serviço de pastoreio não era um serviço tão leve assim, e além disso, se dividia nas tarefas doméstica com sua irmã, LÉA ou LIA como conhecemos.
O nome Raquel escrito em hebraico é רחל (Rachael), que significa "ovelha" ou "cordeiro".
4. ZÍPORA, esposa de MOISÉS (AT).
ZÍPORA era pastora de ovelhas, juntamente com suas seis irmãs. ZÍPORA foi a esposa de MOISÉS (MOSHE, retirado das águas), de acordo com a tradição judaico-cristã, conforme relata a seguinte passagem bíblica: "16 E o sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram tirar água, e encheram os bebedouros, para dar de beber ao rebanho de seu pai. 17 Então vieram os pastores, e expulsaram-nas dali; Moisés, porém, levantou-se e defendeu-as, e deu de beber ao rebanho. 18 E voltando elas a Reuel seu pai, ele disse: Por que hoje tornastes tão depressa? 19 E elas disseram: Um homem egípcio nos livrou da mão dos pastores; e também nos tirou água em abundância, e deu de beber ao rebanho. 20 E disse a suas filhas: E onde está ele? Por que deixastes o homem? Chamai-o para que coma pão. 21 E Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora" (Exôdo 2,16-21).
ZÍPORA atuou como pastora junto a suas seis irmãs conforme o Livro de Êxodo, capitulo 2,16. Também junto às irmãs, ela informou seu pai JETRO, sobre o ocorrido no poço de águas das ovelhas, participando de um discurso coletivo de acordo com Êxodo 2,19. No demais, é preciso imaginarmos que, junto as suas irmãs, Séfora chamou Moisés para ir ao encontro de JETRO (Ex 2,20).
Por extensão, ZÍPORA pode ser interpretado como "mulher inteligente" ou "mulher livre" ou ZÍPORA, Tzipora ou Séfora (do hebraico צִפּוֹרָה; como pássaro, no árabe Safura.
5. PRISCILA, esposa de ÁQUILA (NT).
Umas das mais destacadas seguidoras do Senhor JESUS, foi PRISCILA, a qual é mencionada no Novo Testamento como uma mulher ativa na igreja primitiva junto com seu marido Áquila, o qual não tinha um destaque de liderança como sua esposa. Ambos trabalharam juntos como artesãos de tendas e também ensinaram Apolo, um pregador eloquente, conforme o Livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 18,26: "Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Aqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus". Romanos 16:3-4 diz: "Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios".
PRISCILA é mencionada primeiro nas escrituras antes de seu marido, destacando assim, assim a sua influência na liderança da igreja primitiva. Muito embora o termo “pastora” não seja usado especificamente, mas seu papel de ensino e liderança a coloca nessa categoria pastoral, hermeneúein (grego), significa "interpretar".
O nome PRISCILA não tem origem hebraica, mas é frequentemente associado ao latim "Priscus", que significa "antigo" ou "antiga".
6. FEBE (NT)
Na Carta de PAULO (Rav SHA'UL) aos Romanos 16:1, o apóstolo Paulo recomenda a igreja de Roma que receba e ajude FEBE, uma diaconisa da igreja de Cencreia. Embora não tenhamos muitos detalhes sobre suas atividades específicas, o fato de ser chamada de diaconisa indica que ela estava envolvida em servir na liderança da igreja, conforme Romanos 16,1-2: "Recomendo a vocês nossa irmã Febe, serva da igreja em Cencreia. eço que a recebam no Senhor, de maneira digna dos santos, e lhe prestem a ajuda de que venha a necessitar; pois tem sido de grande auxílio para muita gente, inclusive para mim".
A Bíblia relata circunstâncias que a demonstram como FEBE, sendo uma mulher que se destacou como uma grande líder de sua época. Embora a palavra “pastora” não seja usada, seu papel de liderança a aproxima desse contexto ministerial.
A palavra grega diakonon, utilizada para descrever FEBE, é uma forma masculina do substantivo, que poderia ser traduzido como "diácono" em vez de "diaconisa" Enquanto alguns estudiosos afirmam que Paulo tenha restringido o cargo de diácono aos homens, outros contestam essa afirmação. Quando descrevendo as qualidades que os que ocupam o cargo de "diácono" devem ter, Paulo escreveu que as gunaikas ("mulheres") devem "...ser sérias, não maldizentes, sóbrias, fiéis em tudo" (1ª Timóteo 3,11). Combinado com o fato de que Paulo chamou FEBE de diakonos da igreja, a instrução do apóstolo para as "mulheres" em 1ª Timóteo pode indicar que havia uma ordem entre os servos na Igreja Primitiva que incluía membros homens e também mulheres. Alguns estudiosos acreditam que FEBE foi a responsável por entregar a Epístola aos Romanos para os membros da comunidade em Roma.
Contudo, seja mais comum encontrar homens no papel de pastores nas Escrituras Sagradas, existem algumas mulheres notáveis que também desempenharam esse papel. As mulheres MIRIAM, DÉBORA, ZÍPORA, PRISCILA e FEBE são exemplos de que exerciam liderança espiritual e desempenhavam funções pastorais. Os envolvimentos de mulheres nas lideranças religiosas destaca a importância da igualdade de gênero e mostra que as mulheres também têm um papel vital no ministério cristão.
Mas de acordo com os elementos e fatos evidenciados, é possível concluirmos que devido a influência da cultura e das tradições judaicas, assim como de outros povos da época, na qual foram escritos os textos bíblicos, a preponderância da liderança na Bíblia era com certeza masculina. Mas as mulheres revestidas pelo poder do Espírito Santo (Ruach HaKodeshe), consagradas e escolhidas por DEUS, nunca foram impedidas de exercerem as suas funções ministeriais e de liderança, nem no exercício de dons espirituais por Ele concedidos, ou noutros serviços eclesiásticos. Isso é possível de se constatar que a dominação do marido sobre a esposa é bíblica, conforme Gênesis 3.16, mas a de toda a classe masculina sobre a feminina, ou seja, de todos os homens de uma sociedade à todas as mulheres, é um sinal cultural. Assim, sobre a questão norteadora em relação à liderança eclesiástica por parte da mulher, se evidencia que a análise do papel da mulher no contexto bíblico, de fato, auxilia na aceitação da legitimidade do pastorado feminino na igreja evangélica da atualidade, uma vez que seria inadequado opor-se a estas inúmeras evidências Bíblicas, em nome de tradições eclesiásticas, para negar às mulheres a sua devida e Bíblica liberdade de expressão no exercício de suas atribuições ministeriais outorgadas pelo próprio Deus, segundo o nosso entendimento escrituristico acima exposto.
Contudo, na atualidade, ainda há muitos que, com as suas ideias pré-formadas não conseguem conceber ou assimilar o que lhes pareça contrário e, com isso, no que diz respeito às mulheres, tentam calar-lhe a voz, coibindo que exerçam cargos de liderança eclesiástica, ainda que, com zelo, autoridade, ousadia, fé e amor, sejam concedidos por Deus. Mas muitas mulheres tementes a Deus, virtuosas, piedosas, obedientes, servas do Altíssimo, cheias do Espírito Santo, são comprometidas com o estudo das Escrituras Sagradas, com a oração e com o pastoreio das almas, pois também, possuem convicção do seu chamado ministerial como sendo da parte de Deus, mas tem sido rejeitadas, e, até mesmo, humilhadas, em seu exercício ministerial, pois muitos são contrários à presença feminina no púlpito das igrejas na função de pregadoras do Evangelho ou pastoras do rebanho de Cristo, por considerarem antibíblica e inadmissível a ideia de se submeterem à autoridade de uma líder feminina, mesmo com a não existência de uma autoridade bíblica para o estabelecimento destas regras, conforme mencionado na pesquisa de argumentos baseados nas Escrituras Sagradas. Há de se ressaltar de que é uma opinião do autor, o que poderá contrariar muito a opinião de outros.
Por fim, gostaria de salientar de que o Velho e o Novo Testamento ou Antiga e Nova Aliança, tem autoridades nas pessoas, lembrando de que a voz do Eterno de Israel é maior que a do Filho Jesus Cristo (Mashiach/Messias), e Este, tem a voz maior do que a de qualquer Apóstolo e das suas opiniões, mesmo que bíblicas, há uma hierarquização nas Santas Escrituras, o que nos dá uma interpretação espiritual em nossa defesa da fé.
Unidade, hierarquia e disciplina.
Baseado nas Escrituras Sagradas e livros e autores afins.
Com carinho,
Pastor João Amilton, AD Madureira Palmeira das Missões.